DEPRESSÃO
Da mesma forma que sentir ansiedade em alguns momentos é normal, sentir tristeza também. Para seguirmos em frente e superarmos as dificuldades impostas do dia a dia, podemos experimentar, por vezes, desmotivação, baixa energia, tristeza. O normal é tão logo essa emoção se instaure no nosso sistema, possamos aprender com os aborrecimentos e seguir em frente para novos desafios.
No entanto, algumas vezes os padrões derrotistas são tão frequentes e duradouros que acabam interferindo em nosso julgamento racional. Ficamos negativos frente ao futuro, pessimistas em relação às pessoas e hipercríticos a nós mesmos. De um lado um futuro sem esperança e um presente triste e de outro lado nos refugiamos no passado em busca de algo que nos faça sentido. Às vezes ficamos saudosistas, presos a esse passado e sem vigor para nenhum novo estímulo. Em outros momentos a própria depressão nos leva para lembranças dolorosas que preferíamos esquecer.
O fato é que diante da depressão, passamos a usar óculos cinzas e a enxergar tudo por lentes pesadas e desfocadas. Chamamos isso de distorções cognitivas ocasionadas pela depressão. Nesse caso, é como se tivéssemos uma tendência para traduzir os eventos da pior forma possível, vendo o copo meio vazio, minimizando o positivo, com um foco no que esta ruim. Nossa atenção e foco, assim como a energia corporal, vão para níveis baixíssimos e, para completar, o sono, o apetite e a libido ficam prejudicados e a irritabilidade torna-se constante.
Por fim, em casos mais extremos sentimos uma apatia geral e a tristeza dá lugar para uma forte melancolia e pensamentos de morte. Para as pessoas de fora, parece que estamos com uma doença orgânica, tamanha é a similaridade dos sintomas. Muitas vezes os outros não compreendem a intensidade desses sintomas, pois não raro os problemas que o paciente apresenta na realidade não condizem com a intensidade do quadro. É por isso que a depressão envolve também uma serie de alterações neuroquímicas, além das mudanças cognitivas e comportamentos ocasionados pela enfermidade. Em alguns casos, dependendo dos sintomas, o tratamento combinado pode ser necessário, envolvendo psicoterapia e medicação.